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O volume de serviços prestados no Brasil apresentou um crescimento de 6,8% em abril de 2023, comparado com o mesmo período de 2022.

No acumulado do ano, o setor de serviços apresentou um crescimento de 4,8%, e nos últimos 12 meses, registrou uma queda de -1,6%, comparando com mês anterior.

O setor de serviços atingiu o ponto mais alto de sua série histórica em dezembro de 2022, o que torna a base de comparação alta. Apesar disso, o setor tem se mantido próximo desse patamar, ficando 2,9% abaixo do pico histórico em abril e 10,5% acima de fevereiro de 2020, período pré-pandemia.

As informações fornecidas indicam que o setor de serviços no Brasil tem enfrentado altos e baixos em 2023. No mês de abril, houve uma queda significativa, maior do que o esperado pelo mercado, o que sinaliza uma certa perda de fôlego nesse setor.
No entanto, não se pode afirmar que houve uma reversão completa da trajetória ou uma queda vertiginosa. A redução do ritmo de crescimento é evidente, mas quando comparado a 2022, a maioria dos serviços ainda está expandindo.

 

Para o cenário futuro, espera-se uma desaceleração ao longo do ano no setor de serviços, em linha com a projeção de crescimento do PIB. Estima-se uma expansão de 1,7% para o PIB em 2023, em comparação com o crescimento de 2,9% registrado em 2022.

É inegável que ele (o recuo em abril) chama atenção, nem tanto pela magnitude, mas pelo espalhamento, seja por quatro dos cinco setores mostrando queda, seja pelo espalhamento também em termos regionais. Mas, como os serviços estão operando muito perto do seu ponto mais alto, o resultado isolado de abril não reverte trajetória.

Confira o desempenho de cada grupo em abril de 2023, comparado com o mesmo período de 2022:

  • Serviços prestados às famílias: alta de 2,9%;
  • Serviços de informação e comunicação: alta de 4,0%;
  • Serviços profissionais, administrativos e complementares: alta de 4,0%;
  • Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio: alta de 2,0%;
  • Outros serviços: alta de -0,9%;

 

Cinco das atividades acompanhas pela PMS tiveram alta na passagem no acumulado do ano, na série com ajuste sazonal. Os destaques positivos vieram dos aumentos no setor de transportes (5,4%), dos serviços profissionais, administrativos e
complementares (4,8%). Outra expansão foi observada em serviços de informação e comunicação (5,4%). Além dos setores serviços prestados às famílias (6,8%) e em outros serviços (0,2%).

Quanto ao futuro, o pesquisador indica que há sinais de desaceleração da atividade no setor de serviços, com elementos cíclicos indicando uma tendência de queda continuada. Além disso, espera-se que o impacto positivo da safra fique restrito ao início do segundo trimestre.

Com relação a possibilidade de uma queda na taxa básica de juros (Selic), pois a economia e o crédito estão desacelerando, enquanto o desemprego está artificialmente baixo devido à baixa participação.

No entanto, isso não ocorrerá imediatamente, pois o Banco Central provavelmente esperará que a inflação atinja as expectativas antes de reduzir a Selic.

 

Carlos Eduardo Oliveira Jr.
Assessoria Econômica
Informações: secretaria@cnservicos.org.br