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A inflação do setor econômico de Serviços registrou pequena elevação em comparado ao mês anterior em março apresentou 0,25% no diante 1,41% a.m. em fevereiro, 2.023, conforme medição do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Serviços (IPCA). Neste período, o IPCA apresentou alta acumulada de 4,65%, em 12 meses, sendo 0,71% no mês de março acima da meta definida pelo governo.

Em 12 meses, o IPCA de serviços acumula alta de 7,63%, o maior impacto e a maior variação (2,11%) no índice do mês vieram de Transportes. Na sequência, vieram Saúde e cuidados pessoais (0,82%) e Habitação (0,57%), que desaceleraram ante o mês anterior.

O Índice Serviços do IPCA teve alta de 0,25% em março. A desaceleração é relevante em relação a fevereiro, quando subiu 1,41%. Ainda assim, a variação em 12 meses está acima do IPCA, marcando 7,63%. Os preços de serviços são pressionados pelo mercado de trabalho aquecido, além de sofrerem os efeitos da inércia inflacionária. A tendência é que esse comportamento continue até junho.

A desaceleração no ritmo de alta dos preços dos serviços de fevereiro para março é sazonal. Enquanto os reajustes em educação pressionam tradicionalmente a inflação de serviços em fevereiro, a estabilidade desses itens no mês seguinte alivia o resultado em março.

A inflação de serviços usada como termômetro de pressões de demanda sobre os preços passou de uma elevação de 1,41% em fevereiro para 0,25% em março. Já os preços de itens monitorados pelo governo saíram de uma elevação de 0,85% em fevereiro para 2,33% em março.

Mas há desaceleração em outros itens de serviços, aluguel residencial, manicure, serviços de cabeleireiro e barbeiro. São outros serviços que têm peso menor (no IPCA), mas também têm desaceleração. Há movimento de recuperação do mercado de trabalho em geral. Por outro lado, os serviços e as vendas do varejo tiveram resultado menor no final de 2022.

Porém, a inflação de serviços no geral segue pressionada. Ao mesmo tempo, a dinâmica dos preços de bens de consumo tem melhorado, especialmente duráveis. A queda dos preços de eletrodomésticos/eletrônicos e a ligeira deflação de automóvel novo chamaram a atenção nessa leitura. Além disso, vale destacar a desinflação dos alimentos, explicada sobretudo pelo alívio dos preços de carnes e produtos in natura.

Esse movimento de arrefecimento, dos alimentos parece ser um ajuste gradual das cadeias produtivas globais desde o segundo semestre de 2022, em um cenário de melhores safras agropecuárias e de recuperação da incidência da pandemia e da guerra entre Rússia-Ucrânia sobre os produtos agropecuários.

Existe uma evidente migração dos vetores inflacionários, com aumento da importância relativa de serviços, cuja inflação é mais difícil de ser combatida. A desaceleração da inflação, de boa parte da alta no mês ser explicada pelo comportamento dos itens monitorados, por causa da reoneração de combustíveis e energia, houve alívio nas medidas de núcleo, na dispersão e nos serviços.

A elevação da Selic instrumento do BC para tentar esfriar a demanda por bens e serviços e, assim, conter os preços e ancorar as expectativas de inflação. O possível efeito colateral é a perda de fôlego da atividade econômica, porque o custo do crédito fica mais alto para empresas e consumidores. A economia já vinha mostrando sinais de desaceleração.

Carlos Eduardo Oliveira Jr.
Assessor Econômico
Informações – secretaria@cnservicos.org.br

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