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Inflação de Serviços tem elevação em Outubro

Em Outubro de 2024, a inflação de serviços registrou uma variação de 0,35%, apresentando uma pequena elevação. No mês de outubro a inflação geral ocorreu uma forte elevação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 0,56%, com uma taxa acumulada de 4,76% nos últimos 12 meses. Superando o teto da meta do Banco Central, fixado em 4,5%.

Esse aumento é especialmente relevante para o setor de serviços, que respondeu de forma acentuada à elevação de preços de energia, alimentos e pressão inflacionária de insumos, refletindo um cenário complexo de controle de inflação no país.

Principais Fatores que Impactaram o Setor de Serviços

1. Aumento dos Custos de Energia e Insumos: O setor de serviços depende intensivamente de energia elétrica e de alimentos, especialmente em serviços de alimentação fora do lar e transporte. Com a alta de 4,74% nas tarifas de energia devido à bandeira vermelha, houve um repasse significativo de custos aos consumidores.

2. Aumento nos Custos de Mão de Obra: Intensivo em mão de obra, o setor de serviços tem enfrentado pressões para ajustes salariais, impactando especialmente serviços como educação e saúde, que refletem custos mais altos. A elevação dos salários para acompanhar a inflação torna a desaceleração da inflação de serviços desafiadora, dado o caráter estrutural desses custos.

A inflação de outubro foi maior que o esperado, impulsionada por secas que afetaram o custo da energia e alimentação, especialmente carnes, que subiram 5,81%. Em contrapartida, houve deflação em itens de transporte, aliviando parte do impacto geral. Para os próximos meses, espera-se que os preços de energia possam recuar com o aumento das chuvas e o possível retorno da bandeira verde em dezembro, o que poderia aliviar parcialmente a pressão inflacionária.

Essa análise destaca a necessidade de medidas fiscais para conter as expectativas inflacionárias e reduzir a dependência de choques externos, como os custos de commodities e flutuações cambiais. Isso vem sendo trabalhado com corte de gastos por parte do Governo, a pressão sobre os juros pode aumentar, ou reduzir a depender da política monetária mais restritiva.

Essa análise destaca a necessidade de medidas fiscais para conter as expectativas inflacionárias e reduzir a dependência de choques externos, como os custos de commodities e flutuações cambiais. Se o governo não entregar um pacote fiscal convincente, a pressão sobre os juros pode aumentar, agravando a política monetária restritiva.

Para o fechamento de 2024, estima-se que o IPCA possa atingir entre 4,3% e 4,6%, dependendo de fatores climáticos e cambiais. Contudo, as pressões inflacionárias podem ser agravadas pela persistente demanda e por um maior controle da política fiscal.

A alta de preços no setor de serviços em outubro de 2024 mostra uma combinação de fatores internos e externos que alimentam uma inflação persistente. A atuação do Banco Central, focada em conter a demanda com uma política de juros altos, encontra limitações para resolver essa questão estrutural no curto prazo.

O setor de serviços permanece como uma fonte de pressão inflacionária devido ao aumento dos insumos, demanda aquecida e elevação dos custos salariais. Isso desafia tanto a política monetária quanto o planejamento do governo, que enfrenta a necessidade de medidas fiscais efetivas para reduzir as expectativas inflacionárias no médio e longo prazo.

Carlos Eduardo Oliveira Jr.
Assessoria Econômica
Informações: secretaria@cnservicos.org.br