Índice de Confiança de Serviços tem elevação Março
O Índice de Confiança de Serviços (ICS), do FGV IBRE, teve uma elevação com variação para 1,2 pontos em março, para 92,9 pontos, na média móvel trimestral, o índice recuou variar -0,5 ponto.
Apesar do alívio nas expectativas para os próximos seis meses, a média móvel trimestral negativa -0,5 reforça o diagnóstico de uma desaceleração estrutural. Esse padrão precisa ser monitorado de perto, especialmente diante de um contexto macroeconômico marcado por:
• Inflação de serviços resiliente;
• Renda real ainda pressionada;
• Crédito restrito e confiança empresarial frágil;
• Mercado de trabalho cauteloso, especialmente em segmentos com alta rotatividade e dependência de consumo.
Segmentos em Destaque: Divergência Interna
• Serviços às famílias: indicam melhora marginal, possivelmente sustentada por reajustes salariais e programas de transferência de renda, com impacto direto no consumo básico e lazer de baixo custo.
• Serviços corporativos: permanecem em compasso de espera, refletindo restrição orçamentária das empresas, incertezas políticas e uma postura mais conservadora em relação a investimentos.
• Dado seu peso no PIB e na geração de empregos formais, o setor de serviços ainda desempenha papel central na sustentação da atividade econômica.
Porém, sem um vetor claro de aceleração como estímulo à renda ou política de crédito direcionado, sua contribuição ao crescimento seguirá limitada em 2025.
• No plano da política monetária, a inflação de serviços persiste como principal obstáculo à redução mais célere da Selic, forçando o Banco Central a manter o juro real elevado por mais tempo, com impacto direto sobre o custo do crédito e o dinamismo do setor.
O ICS de março de 2025 revela um setor cauteloso, operando sob baixa confiança e com expectativas frágeis. O movimento positivo do mês tem natureza compensatória, e
não estrutural. A resiliência da inflação de serviços, combinada com um mercado de trabalho ainda defensivo, limita o espaço para expansão no curto prazo.
Sem ações coordenadas que envolvam estímulo à demanda, crédito acessível e recomposição da renda real, o setor de serviços deve seguir em um cenário de crescimento lento, e altamente sensível à política monetária.
Em relação ao futuro de longo prazo, a melhora pontual não esconde o pessimismo com o ritmo dos negócios para o ano de 2025. O cenário macroeconômico segue desafiador para a economia apontando pressões nos preços ainda em um ambiente de taxa de juros elevada e uma expectativa geral de desaceleração da atividade.
Carlos Eduardo Oliveira Jr.
Assessoria Econômica
Informações: secretaria@cnservicos.org.br