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A inclusão financeira deixou de ser apenas uma meta social para se consolidar como uma estratégia essencial de desenvolvimento econômico. Ao garantir que mais brasileiros tenham acesso a serviços bancários, crédito e instrumentos de pagamento, cria-se um ambiente de maior dinamismo, com impactos positivos sobre o consumo, a geração de empregos e o empreendedorismo.

Nos últimos anos, o Brasil tem experimentado avanços expressivos nesse campo, e é preciso reconhecer o papel central desempenhado pelo governo federal nesse processo. O fortalecimento de políticas de transferência de renda, aliado à digitalização do sistema financeiro, contribuiu para que milhões de cidadãos fossem incorporados à economia formal. O Pix, por exemplo, transformou-se em uma ferramenta de inclusão sem precedentes, permitindo transações gratuitas e instantâneas para famílias e pequenos negócios em todo o território nacional.

Ao mesmo tempo, programas como o Pronampe e linhas específicas de microcrédito têm ampliado as oportunidades de acesso a capital para micro e pequenas empresas, segmento responsável por mais de 70% dos empregos formais no país. Essa democratização do crédito não apenas estimula o empreendedorismo, mas também fortalece a resiliência econômica das comunidades, sobretudo nas regiões historicamente menos favorecidas.

Outro ponto relevante tem sido a associação da política de crédito com a agenda socioambiental. O incentivo a linhas voltadas para a agricultura familiar, energias renováveis e economia verde reforça a intenção do Brasil de alinhar crescimento econômico à preservação ambiental. O estímulo à produção sustentável, somado à inovação tecnológica, posiciona o país como protagonista em um cenário global cada vez mais voltado à transição energética.

Entretanto, a inclusão financeira também apresenta desafios. A inadimplência elevada, especialmente em famílias de baixa renda, mostra que o acesso ao crédito precisa vir acompanhado de educação financeira e de mecanismos de renegociação equilibrados. Nesse aspecto, iniciativas recentes do governo, como programas de refinanciamento de dívidas e estímulos à renegociação justa, sinalizam um compromisso em não apenas ampliar o acesso, mas também em garantir sustentabilidade a esse processo.

A experiência internacional demonstra que países que investem de forma consistente em inclusão financeira conseguem não apenas reduzir desigualdades, mas também estimular a produtividade e a competitividade. No caso brasileiro, há ainda um vasto potencial a ser explorado. A integração entre políticas públicas, inovação tecnológica e participação do setor privado pode consolidar um modelo em que cada vez mais cidadãos deixem a margem da economia e passem a contribuir de maneira ativa para o desenvolvimento nacional.

O Brasil se encontra em um ponto de inflexão. Os avanços já conquistados mostram que é possível combinar responsabilidade social, dinamismo econômico e inovação. Cabe, agora, transformar a inclusão financeira em um diferencial estratégico, capaz de sustentar o crescimento de longo prazo e reduzir as desigualdades históricas que ainda marcam a sociedade.

Ao reconhecer e valorizar os esforços do governo federal nessa área, reforça-se a importância de uma agenda que não se limita ao curto prazo, mas que busca criar bases sólidas para um país mais justo, competitivo e próspero.