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Fonte: COFECON

XXV Congresso Brasileiro de Economia tem início em São Luís do Maranhão

Importância do planejamento, segurança jurídica, destaque ao pensamento de grandes economistas e uma mensagem de paz: confira os principais temas abordados durante a mesa de abertura do evento

O XXV Congresso Brasileiro de Economia teve nesta terça-feira (07) sua noite de abertura. Cerca de 400 pessoas estiveram presentes ao hotel Luzeiros, em São Luís, para o início do evento. Outras 400 pessoas também se inscreveram para participar de forma remota, acompanhando os debates via internet.

“Escolhemos com bastante cuidado o tema que vamos abordar. Falar de planejamento e desenvolvimento parece algo batido, mas vamos tratar de algo que perpassa todas estas áreas, que é a sustentabilidade”, expressou o presidente do Corecon-MA, Marcello Duailibe. “A natureza está cobrando a conta e as empresas estão correndo atrás para se adaptarem, a um custo que já supera os 250 bilhões de dólares. Este elemento é fundamental para trabalharmos as questões do planejamento e desenvolvimento”.

Eduardo Braide, prefeito de Sâo Luís, falou sobre a importância do planejamento para a sua gestão. “Estávamos numa pandemia. Nossa primeira missão era salvar vidas e fizemos uma campanha de vacinação que se tornou referência no Brasil”, comemorou. “Enquanto isso, era preciso olhar as finanças do município. A nossa nota de crédito era C, em um ano nós conseguimos subir para A, e é algo que eu agradeço muito à equipe econômica, que conseguiu aumentar a arrecadação sem aumentar a carga tributária. Estamos investindo 350 milhões de reais na cidade com recursos próprios”. Ele encerrou sua fala dizendo que, durante o evento, a cidade de Sâo Luís – que é chamada de Ilha do Amor – se transforma na Ilha da Economia.

A deputada estadual Vivianne Martins representou a Assembleia Legislativa do Maranhão na mesa de abertura. “Venho de uma região em que a economia tem se destacado como uma alavanca, e tivemos o orgulho de, tanto com apoio do governador quanto do prefeito de Balsas, trazer a primeira agroindústria para a região”, comentou. “Nós só podemos trazer desenvolvimento para este estado tão lindo se soubermos desenvolver todas as suas potencialidades: o gás, o turismo, a pecuária, a agricultura, o minério, o porto”. E, em relação à sustentabilidade, disse que este não é mais um assunto para o futuro, mas para o presente. “Não podemos simplesmente tirar da natureza sem devolver em sustentabilidade”.

O chefe da Casa Civil do estado do Maranhão, Carlos Madeira, disse que gostaria de acrescentar ao debate a questão da segurança jurídica, e disse que falava com base num livro que o impressionou bastante: “Por que as nações fracassam?”, de Daron Acemoglu e James Robinson.

“Fazendo um histórico dos últimos mil anos, eles mostram por que algumas nações avançaram muito, enquanto outras, com todo o potencial, não conseguiram. Há até o exemplo da nossa irmã Argentina, que até meados do século passado era a quinta economia do mundo”, afirmou. “As nações prosperam porque têm planejamento. Já aquelas que mudam a Constituição a cada dez anos, não respeitam as leis e nem a propriedade privada não avançam”.

E, antes de desejar “votos de extraordinário sucesso para o evento”, mencionou a importância da obra de economistas como Adam Smith (“abriu os olhos do mundo”), Karl Marx (“tem que ter distribuição para que todos possam viver bem”) e, mais recentemente, Muhammad Yunus (“levou o microcrédito a pessoas que não tinham como oferecer garantias”).

A solenidade de abertura se encerrou com a fala do presidente do Cofecon, Paulo Dantas da Costa, que tratou da necessidade de combater a fome e a pobreza no mundo. Iniciativas recentes, como a de destinar uma porcentagem de 0,7% dos países ricos e 0,15 a 0,20% dos países em desenvolvimento, ou de tributar as grandes corporações e plataformas digitais (o que foi chamado de “reforma tributária global”), não avançaram. Diante disso, Dantas defende a adoção de um tributo sobre as operações cambiais internacionais – algo nos moldes do que foi defendido pelo norte-americano James Tobin.

“Este tributo não afetaria a livre movimentação de capitais, gerando arrecadação completamente fora dos orçamentos nacionais, uma vez que as operações têm características puramente internacionais. Além disso, poderia contribuir no enfrentamento à movimentação de dinheiro sujo e no esvaziamento dos paraísos fiscais”, argumentou Dantas.

Por fim, expressou uma mensagem de paz: “É inconcebível que, passados mais de 20 anos do terceiro milênio, mulheres e homens do nosso tempo ainda assistimos humanos destruindo humanos, inclusive mulheres, crianças e idosos”, expressou, em meio a um vasto aplauso.

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