Em novembro de 2025, a inflação de serviços medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou uma alta de 0,60% , diante de um crescimento em relação aos 0,41% registrados em junho. Apesar dessa estabilidade mensal, o acumulado em 12 meses mostra um aumento de 5,96% . O resultado representa uma o setor de serviços segue exercendo pressão relevante sobre o IPCA, devido à resiliência da demanda doméstica.
Com esse desempenho, o grupo de serviços contribuiu para conter o avanço do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que registrou uma elevação de 0,18% no mês, abaixo das expectativas do mercado. Essa combinação reforça a leitura de que o processo de desinflação no Brasil segue consistente, ainda que gradual.

Diagnóstico:
– Mercado de trabalho resiliente: Taxa de desemprego baixa sustenta salários e repasses.
– Indexação contratual: Planos de saúde, mensalidades escolares e serviços regulados carregam reajustes automáticos.
– Demanda interna robusta: Alimentada por transferências de renda e recuperação do salário mínimo.
– Choques pontuais: COP 30 elevou preços de passagens aéreas (+11,9%) e hospedagem (+4,09%), com impacto regional expressivo em Belém.
Implicações Macroeconômicas
Política Monetária:
A persistência da inflação de serviços reduz a eficácia da Selic como instrumento de desinflação. O Banco Central deve:
– Manter juros elevados por mais tempo;
– Reduzir ritmo de cortes em 2026;
– Reforçar comunicação para ancorar expectativas;
Atividade Econômica:
A persistência da inflação de serviços reduz a eficácia da Selic como instrumento de desinflação. O Banco Central deve:
– Juros altos prolongados menores investimento e consumo de bens duráveis;
– Serviços seguem crescendo, mas com perda de dinamismo;
– PIB 2026 tende a desacelerar no 1º semestre;

A inflação de serviços em novembro de 2025 reforça seu papel central na dinâmica inflacionária do país. Mesmo com a desaceleração da inflação geral, os serviços permanecem elevados e sustentam pressões sobre o orçamento das famílias, sobre a política monetária e sobre o ritmo de crescimento econômico. Para 2026, o cenário exige cautela, acompanhamento rigoroso e políticas que enfrentem tanto os choques pontuais quanto os componentes estruturais desse segmento.
A inflação de serviços é hoje o principal obstáculo à convergência do IPCA. Para 2026, o cenário exige:
– Prudência na condução da política monetária;
– Monitoramento dos núcleos inflacionários;
– Medidas estruturais para aumentar produtividade e reduzir custos no setor;
Enquanto bens industriais e alimentos sinalizam acomodação, os serviços continuarão determinando o ritmo da política econômica e influenciando diretamente consumo, investimento e renda das famílias.
Carlos Eduardo Oliveira Jr.
Assessor Econômico
Informações: secretaria@cnservicos.org.br
