O setor de serviços registrou um crescimento, sendo o principal motor da expansão econômica. O resultado do PIB brasileiro no terceiro trimestre de 2025 revelou uma expansão de 0,1% em relação ao trimestre anterior e de 1,3% frente ao mesmo período de 2024. Embora esses números representem evidenciando um cenário de estabilidade econômica após meses de desaceleração. O dado central é que o setor de serviços, se manteve estável e avançou 0,1%, confirmando sua posição como principal vetor de sustentação da atividade econômica nacional.
Análise do Setor de Serviços
Responsável por cerca de 60% do PIB, O setor de serviços tem papel estrutural na economia brasileira e, tradicionalmente, funciona como o principal vetor de geração de empregos e arrecadação. No entanto, o desempenho recente é caracterizado por baixa expansão ou estabilidade, com alguns segmentos apresentando retração real ajustada pela inflação.

Fatores que explicam a estagnação
• Arrefecimento do consumo das famílias, especialmente em serviços não essenciais (lazer, turismo, alimentação fora de casa), variação mínima (+0,1%), indicando perda de fôlego da demanda interna.
• Juros ainda elevados, restringindo o crédito para empresas e consumidores.
• Política monetária restritiva: Selic elevada encareceu crédito, limitando consumo e investimentos.
• Mudanças no padrão de demanda pós-pandemia, com avanços digitais substituindo serviços convencionais.
• Mercado de trabalho desemprego em torno de 5,4%, próximo do pleno emprego, mas sem gerar impulso suficiente para serviços. Porém encontra-se fragilizado, com aumento da informalidade e menor crescimento da renda real.
• Incertezas fiscais e políticas, que desestimulam investimentos em setores de maior risco.
• Cenário externo: exportações cresceram (+3,3%), mas não compensaram a fraqueza doméstica.
Ambiente interno:
• Política monetária restritiva para conter inflação manteve a Selic em patamar elevado, encarecendo crédito e desestimulando consumo.
• Inflação sob controle, mas com impacto limitado sobre poder de compra.
Ambiente externo:
• Crescimento global moderado, com demanda externa sustentando exportações (+3,3%), mas sem efeito significativo sobre serviços voltados ao mercado interno.

Conclusão
O resultado recente do PIB reflete uma economia em ritmo moderado, com crescimento insuficiente para acelerar emprego e renda. O desempenho tímido do setor de serviços, pilar da economia brasileira, é o principal ponto de atenção, pois compromete a sustentação do crescimento no curto e médio prazo.
Em perspectiva, o curto prazo aponta para crescimento limitado, condicionado à manutenção dos juros elevados. No médio prazo, espera-se uma recuperação gradual do setor de serviços a partir do segundo semestre de 2026, caso haja flexibilização monetária e maior previsibilidade fiscal. Persistência de juros altos e incertezas fiscais, contudo, podem prolongar a estagnação, comprometendo a retomada sustentável da economia.
Carlos Eduardo Oliveira Jr.
Assessor Econômico
Informações: secretaria@cnservicos.org.br
