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O Produto Interno Bruto (PIB) o setor de serviços foi responsável por 58% da totalidade do PIB variou 4,2% em 2022 (frente ao mesmo período de 2.021), na série com ajuste sazonal. Frente ao ano de 2021, o PIB (Produto Interno Bruto) de 2022 cresceu 2,9% frente ao ano de 2021. Essa alta veio mesmo ante uma queda de 0,2% no quarto trimestre de 2022 na comparação com o terceiro trimestre do ano passado.

Quanto ao desempenho setorial, pelo lado da oferta e no acumulado em quatro trimestres, o resultado do Valor Adicionado nesta comparação refletiu o desempenho das três atividades que o compõem: Agropecuária -1,7%, Indústria 1,6% e Serviços 4,2%. Em relação ao quarto trimestre, houve resultado negativo na Indústria, que retraiu 0,3%, enquanto a Agropecuária e os Serviços apresentaram variação positiva de 0,3% e 0,2%, respectivamente.

Os dados do desempenho acumulado de 2022 divulgados confirmam o processo de recuperação da atividade econômica ao longo do ano passado, após o fim das medidas restritivas à atividade impostas para combater o vírus da Covid-19. Reforçam, sobretudo, o desempenho bastante positivo do setor de serviços. A indústria também cresceu, com destaque para o setor de energia, água e esgoto e para a construção. Por outro lado, o ambiente econômico foi mais desafiador para a agropecuária, cuja queda foi puxada pela retração na produção de soja.

O desempenho do quarto trimestre reforça o entendimento de desaceleração da indústria e dos serviços, bem como a perda de tração do mercado de trabalho, dinâmicas que refletem a combinação de uma política monetária contracionista e dissipação dos estímulos fiscais concedidos em 2022. O ano de 2023 será um ano desafiador, reflexo do ambiente externo, aperto monetário ainda em curso no Brasil e incertezas sobre a política fiscal.

O setor de serviços já apresenta sinais de desaceleração, enquanto os dados do mercado de trabalho mostram sinais de uma virada. O espaço para novos impulsos fiscais positivos se esvaiu e as taxas de juros estão em patamares historicamente elevados em um contexto de endividamento recordes para as famílias. No lado das empresas, eventos recentes já têm contribuído para um aperto adicional das condições de financiamento.

Dentre os fatores, estão o impacto da política monetária restritiva, com um ambiente de juros mais elevados e alto grau de endividamento das famílias, com balanço financeiro apertado em muitos casos.

Por trás dessa desaceleração, além do arrefecimento no mercado de serviços, destacam-se o
encarecimento do crédito, o aumento do comprometimento da renda das famílias com dívidas
passadas e a acomodação ocorrida no mercado de trabalho nos últimos meses, com reflexos
negativos nos indicadores que medem a confiança das famílias.

Carlos Eduardo Oliveira Jr.
Assessor Econômico
Informações: secretaria@cnservicos.org.br

 

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