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Serviços tem forte crescimento em 2.022

A  Pesquisa Mensal de Serviços (IBGE),o volume de serviços prestados no Brasil apresentou um crescimento de 8,3% em 2.022, em dezembro o setor de serviços avançou 3,1%.

O setor de serviços cresceu 3,1% na passagem de novembro para dezembro. O resultado refletiu o forte avanço em todas as rubricas pesquisadas, com exceção dos serviços de informação e comunicação. Na comparação interanual, o setor de serviços cresceu 6%, desacelerando em relação a novembro 6,5%.

O destaque foi o setor de transportes cresce desde 2020, mas com dinâmica diferente: inicialmente, por causa da área de logística, com alta nos serviços de entrega, em substituição às compras presenciais. Já em 2022, há a manutenção da influência do transporte de carga, puxado pela produção agrícola, mas também pela reabertura e a retomada das atividades turísticas, impactando o índice no transporte de passageiro.

Nesse caso, o movimento também tem a ver com a retomada de serviços presenciais, mas de maneira inversa. Durante os períodos de isolamento mais severos, as famílias de maior renda, que participam mais desse segmento, realocaram o gasto para esse setor. Com a retomada pós isolamento, a leitura é que a distribuição investimentos mudou, com uma realocação dos gastos familiares.

O avanço acentuado do setor pode ser explicado, principalmente, pela retomada mais intensa das atividades depois de dois anos de medidas restritivas de circulação por conta da pandemia.

A PMS destaca que serviços como empresas de locação de automóveis, serviços de engenharia, soluções de pagamentos eletrônicos e organização, promoção e gestão de feiras, congressos e convenções, além de serviços prestados às famílias, como restaurantes, hotéis e buffet, como algumas das principais contribuições.

Confira o desempenho de cada grupo em 2022:
• Serviços prestados às famílias: alta de 24%
• Serviços de informação e comunicação: alta de 3,3%

• Serviços profissionais, administrativos e complementares: alta de 7,7%
• Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio: alta de 13,3%
• Outros serviços: baixa de 2,1%

Se antes o aperto monetário dava sinais mais claros em setores mais ligados ao crédito, agora os efeitos já aparecem na perda de fôlego dos serviços, em especial nos prestados às famílias, como setores de hotéis e restaurantes.

No curto prazo, não existem novos “motores” para puxar o crescimento de Serviços, como foi visto no momento de retomada das atividades após o período mais crítico da pandemia. Os juros devem permanecer nesse patamar por mais tempo, e a inflação, acaba corroendo o poder de compra das famílias.

A dificuldade enfrentada pelo segmento é explicada por diversos fatores, desde uma possível alteração estrutural no consumo das famílias provocada pela pandemia, com o boom de serviços online e trabalho remoto, até fatores conjunturais, como a perda de poder aquisitivo da população e a inflação.

Carlos Eduardo Oliveira Jr.
Assessoria Econômica
Informações: secretaria@cnservicos.org.br