O setor econômico de Serviços registrou uma pequena elevação na inflação em dezembro de 2023, em comparação com o mês anterior. Em novembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Serviços (IPCA) apresentou uma variação de 0,70%, enquanto em dezembro esse índice alcançou 0,60% a.m.
Ao longo desse período, o IPCA acumulou uma alta de 4,62% em 12 meses, sendo 0,56% somente em dezembro. A inflação de serviços em 12 meses totalizou um aumento de 6,22%. Todos os grupos de produtos tiveram seus índices de IPCA elevados em dezembro, variando entre 0,04% e 1,11%. Destaca-se que a gasolina teve um aumento de 12%, influenciando o aumento de 7,14% no grupo de Transportes.
O Índice de Serviços do IPCA apresentou um aumento de 0,56% em dezembro, mostrando uma desaceleração significativa em relação a junho, quando atingiu 0,28%. No entanto, a variação em 12 meses permaneceu acima do IPCA, marcando 4,62%. O índice de serviços continua a pressionar a inflação, sendo impactado pelo mercado de trabalho aquecido e pelos efeitos da inércia inflacionária.
A análise da inflação de serviços em 2023 revela uma dinâmica peculiar. Apesar da desaceleração nos preços, o alívio não foi tão expressivo quanto em outros setores, como alimentos e bens industriais. A pressão inflacionária persistiu, resultando em uma inflação acumulada de 4,6% no ano, dentro do intervalo de tolerância da meta estabelecida.
As projeções para a inflação em 2024 indicam uma perspectiva mais otimista. No entanto, a análise sugere que a variação nos preços de serviços pode ter impactos significativos no comportamento geral da inflação.
É importante ressaltar que, em contraste com a desaceleração dos alimentos, os serviços mantiveram uma pressão mais constante. O contexto econômico e as projeções evidenciam a complexidade da dinâmica inflacionária em 2023, exigindo uma análise cuidadosa dos diversos fatores que influenciaram a evolução dos preços de serviços ao longo do ano.
Embora os preços de serviços tenham sofrido menos pressão em 2023, o alívio foi menos intenso do que o registrado pelos alimentos no domicílio e bens industriais. O grupo encerrou o ano passado com um aumento de 6,22%, abaixo dos 7,58% registrados no ano anterior.
No entanto, não há indicações de que o Banco Central deverá afrouxar a taxa básica de juros de maneira mais rápida, e o mercado continua a esperar cortes de 0,50 ponto percentual nas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) a serem realizadas em janeiro e março.
A inflação em dezembro foi impulsionada pela variação acima do esperado na alimentação dentro e fora do domicílio, bem como nos bens industriais, como efeito da devolução dos recuos registrados em novembro, durante o período de promoções da Black Friday.
Carlos Eduardo Oliveira Jr.
Assessor Econômico
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