Em agosto de 2025, a inflação de serviços medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou uma alta de 0,13%, diante de um crescimento em relação aos 0,39% registrados em junho. Apesar dessa estabilidade mensal, o acumulado em 12 meses mostra um aumento de 6,14%. O resultado representa uma desaceleração expressiva em relação aos meses anteriores e sinaliza uma mudança positiva no comportamento dos preços mais sensíveis à atividade econômica.
Com esse desempenho, o grupo de serviços contribuiu para conter o avanço do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que registrou alta de 0,48% no mês, abaixo das expectativas do mercado. Essa combinação reforça a leitura de que o processo de desinflação no Brasil segue consistente, ainda que gradual.

Do ponto de vista técnico, o recuo na inflação de serviços reduz o risco de segunda ordem, isto é, a propagação de reajustes salariais e contratuais atrelados a índices passados. Isso contribui para romper o mecanismo de indexação que, historicamente, tende a manter a inflação elevada mesmo após choques temporários.
Em síntese, o comportamento benigno dos serviços em setembro:
•confirma a efetividade da política monetária restritiva,
•melhora as condições para cortes adicionais de juros,
•e fortalece a credibilidade do regime de metas de inflação.
A moderação nos preços de serviços que vinham pressionando a inflação nos meses anteriores indica uma perda de fôlego do consumo das famílias. Isso pode estar associado:
•ao mercado de trabalho com ritmo mais estável, sem grandes aumentos salariais reais;
•e à política monetária ainda restritiva, com a Selic em patamar elevado, reduzindo o crédito e o consumo.
Efeitos sobre setores e preços administrados
Setores como aluguel, alimentação fora do domicílio, transporte por aplicativo e serviços pessoais mostraram variações moderadas, o que reforça o cenário de estabilização dos preços urbanos.
Esse comportamento ajuda a conter repasses para outros segmentos do IPCA e melhora a percepção de estabilidade macroeconômica.

Impactos Econômicos

O cenário de setembro consolida uma tendência positiva para o combate à inflação, sustentada pela desaceleração dos serviços e pela moderação do IPCA geral.
A convergência das expectativas, somada à política monetária prudente, cria condições para um novo ciclo de crescimento sustentado, com juros menores e estabilidade macroeconômica.
Carlos Eduardo Oliveira Jr.
Assessor Econômico
Informações secretaria@cnservicos.org.br
