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Índice de Confiança de Serviços interrompe quedas

O Índice de Confiança de Serviços (ICS), calculado pelo FGV IBRE, avançou 1,9 ponto em setembro , alcançando 89,0 ponto s, após três quedas consecutivas. Apesar da alta, a média móvel trimestral recuou 0,6 ponto, sinalizando que a tendência predominante ao final do terceiro trimestre ainda é de desaceleração do setor.

A melhora foi observada tanto no Índice de Situação Atual (ISA-S), que subiu 2,7 pontos para 93,9 – maior nível desde maio –, quanto no Índice de Expectativas (IE-S), que avançou 1,1 ponto, para 84,2. Entre os componentes, o volume de demanda atual aumentou 0,6 ponto (93,1), enquanto a percepção sobre os negócios em andamento registrou forte alta de 4,7 pontos (94,6). Já em relação às expectativas, a demanda prevista para os próximos três meses caiu 3,8 pontos (81,4), mas a tendência dos negócios em seis meses cresceu 6,1 pontos (87,2).

O resultado reflete a percepção de que a atividade atual apresenta algum alívio, com destaque para serviços prestados às famílias e telecomunicações, mas as empresas seguem cautelosas quanto ao futuro. A diferença entre o ISA-S e o IE-S atingiu em setembro o maior nível negativo desde 2009, indicando que os empresários seguem mais pessimistas em relação ao fim do ano.

Impacto macro , o setor de serviços segue alinhado ao cenário de juros altos, inflação resistente e crescimento moderado , funcionando mais como um freio suave à economia do que como motor de expansão.

Do ponto de vista econômico , o desempenho do ICS mostra um setor de serviços que resiste à política monetária contracionista , mas que revela sinais de desaquecimento. No curto prazo, o consumo e a geração de empregos devem ser preservados, mas a perda de fôlego projetada para os próximos meses tende a reduzir a contribuição do setor para o crescimento do PIB no quarto trimestre.

Apesar da alta, o índice de confiança de serviços não altera a tendência de desaceleração observada ao longo do terceiro trimestre. Neste mês, notam-se alguns resultados positivos dentre os setores, sobretudo nos serviços prestados às famílias e de telecomunicações. A melhora na percepção da situação atual compensa parte da queda dos últimos meses. Em relação ao futuro, a evolução pontual dos indicadores tem uma característica de compensação pelas quedas observadas em um passado recente. Esse resultado sugere que os empresários permanecem com um olhar mais pessimista para o fim do ano, seguindo em linha com a política monetária contracionista

Conclusão

O avanço da confiança em setembro interrompe a sequência de quedas recentes, mas não representa uma reversão estrutural de tendência. O cenário ainda é de desaceleração gradual, em linha com a combinação de juros elevados, inflação persistente e expectativas empresariais mais conservadoras para o horizonte de final de ano.

Carlos Eduardo Oliveira Jr.
Assessor Econômico
Informações secretaria@cnservicos.org.br