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Setor de Serviços segue estável em Julho

A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresenta dados cruciais sobre a evolução do setor de serviços no Brasil. Em julho de 2025, o volume de serviços registrou uma variação de 0,23 em relação ao mês anterior, refletindo uma estabilidade para a economia nacional.

Esse resultado consolida seis meses consecutivos de crescimento, elevando o setor ao maior nível da série histórica. Mostra resiliência da economia brasileira, sustentada principalmente por informação e comunicação e serviços empresariais, ambos ligados à digitalização e terceirização de processo.

Volume de Serviços: Na comparação com julho de 2024, a expansão foi de 2,8%, o 16º resultado positivo seguido. No acumulado de janeiro a julho, os serviços avançaram 2,6%, enquanto nos últimos 12 meses a alta foi de 2,9%, ligeiramente abaixo do observado em junho (3,0%).

Impactos econômicos

Crescimento do PIB: O setor de serviços responde por mais de 60% do PIB. O resultado positivo de julho reforça expectativas de crescimento moderado no 3º trimestre de 2025 , mesmo diante da desaceleração da indústria e comércio. Serviços digitais e empresariais seguem como principais motores da atividade.

Mercado de trabalho: A expansão em serviços às famílias e em atividades profissionais/administrativas tende a sustentar a geração de vagas formais, como indicam os últimos dados do CAGED. Isso contribui para a resiliência da massa salarial e do consumo interno.

Inflação: O dinamismo em serviços especialmente alimentação fora do domicílio, lazer e tecnologia mantém pressões sobre a inflação de serviços , um dos núcleos mais persistentes do IPCA. Esse quadro limita a velocidade da convergência da inflação para a meta.

Política monetária: Para o Banco Central, o desempenho da PMS sinaliza que a demanda interna continua aquecida em segmentos sensíveis aos juros. Isso reforça uma postura mais cautelosa do Copom nos cortes da Selic , com maior probabilidade de manutenção em patamar elevado até que a inflação de serviços dê sinais consistentes de desaceleração.

PMS de julho/2025 confirma a força do setor de serviços como motor da economia brasileira neste ano.

Curto prazo: garante sustentação ao PIB do 3º trimestre.
Médio prazo: pressiona a inflação de serviços e reduz espaço para cortes agressivos da Selic.
Estrutural: crescimento puxado por serviços digitais é positivo, mas a fraqueza em transporte e turismo alerta para uma possível desaceleração futura se a demanda doméstica arrefecer.

Conclusão

A PMS confirma o papel central dos serviços na sustentação da economia brasileira, mesmo em cenário de incertezas externas e moderação do crédito.

• O setor opera em patamar recorde e garante tração ao PIB.
• Entretanto, a expansão concentrada em serviços digitais e empresariais, somada à fragilidade em transporte e turismo, revela um crescimento heterogêneo.
• Para a política econômica, o desafio será equilibrar o estímulo à atividade sem agravar pressões inflacionárias.

Carlos Eduardo Oliveira Jr.
Assessoria Econômica
Informações: secretaria@cnservicos.org.br