Efeitos Cambiais e Inflação de Custos
• A desvalorização do real frente ao dólar, comum em cenários de tarifaço, aumenta o custo de serviços importados ou dolarizados, como transporte aéreo, serviços de TI, consultorias internacionais e licenciamento de softwares.
• Setores que dependem de tecnologia e know-how importados, como telecomunicações e serviços financeiros, sofrem com o repasse de preços.
Redução da Atividade Econômica Interna
• A retração das exportações industriais e agrícolas, afetadas diretamente pelas tarifas, resulta em queda na demanda por serviços correlatos, como logística, transporte, armazenagem, serviços
financeiros e atividades administrativas.
• Isso gera um efeito multiplicador negativo no PIB de serviços, que representa cerca de 70% da economia brasileira.
Confiança Empresarial e Investimento
• O aumento da incerteza global reduz o apetite por investimentos, levando ao adiamento de projetos
de expansão em setores como varejo, educação, saúde privada e turismo, além da redução na
contratação de serviços corporativos.
Turismo e Serviços Pessoais
• A valorização do dólar encarece viagens internacionais, desestimulando o turismo emissivo, mas favorecendo o turismo receptivo no Brasil.
• Hotéis, agências de viagem e empresas de eventos podem se beneficiar com a entrada de turistas estrangeiros, mas isso depende de condições internas favoráveis, como segurança e infraestrutura.
• Por outro lado, serviços pessoais voltados ao consumo das famílias tendem a sofrer com a queda na renda disponível e a piora no mercado de trabalho.
O impacto do tarifaço varia entre os segmentos de serviços:
– Segmento de Serviços – Impacto Potencial
– Logística e Transporte – Queda na demanda por exportações e importações
– TI e Software – Alta do dólar encarece licenciamento, suporte e contratos internacionais
– Financeiro e Seguros – Aumento da volatilidade e menor volume de operações de crédito/comércio
– Turismo e Hotelaria – Potencial ganho no receptivo; perda no emissivo
– Serviços Corporativos (B2B) – Cortes em consultorias, auditorias, marketing
– Educação Privada – Possível queda em cursos internacionais e MBAs dolarizados
Possibilidade de Reações Estratégicas
• Incentivar a digitalização e exportação de serviços (ex: tecnologia, arquitetura, engenharia, games, educação online), onde o Brasil pode ganhar competitividade com o real desvalorizado.
• Políticas anticíclicas e de crédito para manutenção da demanda interna, especialmente em serviços pessoais e de micro e pequenas empresas.
• Integração comercial em serviços via acordos com países da América Latina, África e Ásia, buscando compensar a perda de dinamismo com mercados desenvolvidos.
• Fortalecimento do mercado interno de turismo e cultura, aproveitando o dólar alto e a tendência de consumo local.
Carlos Eduardo Oliveira Jr.
Assessor Econômico
Informações secretaria@cnservicos.org.br
