Setor de Serviços Avança 1,9% em Março, Mas Ritmo Anual Segue Estável
Na comparação interanual, o volume de serviços cresceu 1,9% frente a fevereiro de 2024, esse avanço mantem um avanço a elevação de 0,8% observada em janeiro, indicando uma recuperação parcial do setor, contudo, o acumulado dos últimos 12 meses mostrou uma estabilidade no ritmo de expansão, passando de 2,8% em fevereiro para 3,0% em março de 2025.
Acumulado dos Últimos 12 Meses
Apesar do crescimento observado em março, o ritmo de recuperação no acumulado dos últimos 12 meses manteve-se estável, permanecendo em 2,8% tanto em fevereiro
quanto em março de 2025. Esse dado sinaliza que, embora o setor esteja longe de um cenário recessivo, a força de expansão ainda não é suficiente para consolidar uma trajetória de crescimento mais vigorosa.
Desempenho Setorial
O dado interanual positivo reflete, principalmente, o desempenho de segmentos como:
• Informação e comunicação
• Serviços técnicos e profissionais
• Outros serviços
Esses setores têm se beneficiado de uma maior demanda por soluções digitais, consultorias especializadas e suporte empresarial. No entanto, a retração dos serviços prestados às famílias e a estabilidade do setor de transportes ainda impõem limites à expansão mais robusta.
Principais Setores e Seus Impactos o avanço mensal de março foi impulsionada principalmente pelos setores de:
• Transportes (1,7%)
• Serviços prestados às famílias (1,5%)
• Serviços profissionais, administrativos e complementares (0,6%)
• Informação e comunicação (-0,2%)
• Outros serviços (0,0%)
Impacto na Economia
O setor de serviços responde por cerca de 70% do PIB brasileiro, sendo um dos principais termômetros da atividade econômica. O desempenho positivo em março contribui para elevar a confiança dos agentes econômicos, especialmente diante de um cenário internacional ainda incerto e de juros elevados no mercado doméstico.
No entanto, o ritmo moderado e a estabilidade do crescimento anualizado sugerem que há limitações estruturais e conjunturais que ainda freiam uma retomada mais ampla, como:
• Alto custo do crédito
• Lenta recuperação do poder de compra das famílias
• Incertezas fiscais que impactam investimentos e decisões de consumo
Perspectivas
Caso o ritmo de crescimento se mantenha nos próximos meses, é possível que o setor encerre o primeiro semestre com um desempenho positivo, ainda que heterogêneo entre os segmentos. Setores intensivos em tecnologia e conhecimento devem seguir na dianteira, enquanto aqueles mais dependentes da renda das famílias e da mobilidade urbana podem continuar operando abaixo dos níveis históricos.
Para consolidar essa recuperação, será fundamental acompanhar as políticas de estímulo ao consumo, os efeitos de uma eventual flexibilização monetária e a evolução
do mercado de trabalho especialmente em serviços de menor valor agregado, que empregam grande parte da força de trabalho brasileira.
Carlos Eduardo Oliveira Jr.
Assessoria Econômica
Informações: secretaria@cnservicos.org.br