Em junho de 2024, a inflação de serviços registrou uma variação de 0,04%, permanecendo praticamente estável. A inflação geral medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 0,21%, com uma taxa acumulada de 4,23% nos últimos 12 meses.
Com o alívio da passagem aérea e uma desaceleração do subgrupo de Alimentação no domicílio, a inflação de serviços chegou a 4,49% na janela de 12 meses. Esse é o menor resultado desde setembro de 2021, quando havia registrado 4,41%. Em maio, o grupo de serviços havia registrado um acumulado de 5,09%.
A inflação do setor econômico tem elevação comparado ao mês anterior em Junho apresentou 0,04% diante 0,40% a.m. em Maio, 2.024, conforme medição do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Serviços (IPCA). Neste período, o IPCA apresentou alta acumulada de 4,23%, em 12 meses, sendo 0,21% no mês de junho.
Em 12 meses, o IPCA de serviços acumula alta de 4,49%, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em junho. O maior impacto veio de Alimentação e bebidas (0,44%), com 0,10 p.p. de contribuição. Já a maior variação veio do grupo Saúde e cuidados pessoais, com alta de 0,54% e 0,07 p.p. de contribuição. Por sua vez, Transportes registrou queda de 0,19%, após subir 0,44% em maio. Os demais grupos ficaram entre o -0,08% de Comunicação e o 0,29% de Despesas Pessoais.
Os impactos na economia de junho de 2024 podem ser analisados sob diferentes aspectos:
1. Desaceleração dos Preços dos Alimentos: A recuperação mais rápida do que o esperado nos preços dos alimentos, especialmente os in natura, ajudou a conter a inflação em junho. Isso foi crucial para a desaceleração do IPCA, dado que os preços dos alimentos são uma componente significativa do índice.
2. Expectativas de Inflação: Apesar da desaceleração em junho, as expectativas para a inflação em 2024 aumentaram nas últimas semanas, influenciadas por fatores como a alta do dólar e reajustes de combustíveis. Esse aumento nas expectativas pode pressionar o Banco Central a manter uma postura cautelosa em relação à política monetária.
3. Política Monetária: A desaceleração da inflação pode dar mais segurança ao Banco Central para manter a taxa Selic estável por mais tempo, evitando aumentos abruptos que poderiam prejudicar a recuperação econômica, com possibilidade futura de redução.
4. Preços de Energia e Combustíveis: O reajuste de preços da gasolina e a ativação da bandeira amarela na tarifa de energia elétrica são fatores que ainda podem impactar a inflação nos próximos meses. Esses aumentos podem ser mitigados pela recente desaceleração da inflação, mas ainda representam riscos inflacionários.
Entendemos que este número mostra uma composição bastante benigna da inflação e nos surpreende para o lado positivo. No entanto, vale ressaltar que é necessário esperar mais algumas leituras para entender se a lateralidade da inflação subjacente voltou para a rota de desinflação ou não.
A leitura de junho da inflação veio bem melhor que a esperada pelo mercado financeiro, com destaque para sinais de reversão da alta dos preços de alimentos, que sofreram um choque em maio com as enchentes no Rio Grande do Sul.
O resultado foi bastante favorável na medida em que parece dar evidência o suficiente de que os efeitos altistas como consequência da destruição no Rio Grande do Sul estão ficando para trás. Em termos do resultado da inflação dos serviços subjacentes como um todo, achamos que esses preços continuam desinflacionando lentamente.
Carlos Eduardo Oliveira Jr.
Assessoria Econômica
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