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A situação fiscal do Brasil tem se agravado ano após ano. O governo busca convencer a sociedade de que está promovendo justiça social e, por isso, precisa gastar cada vez mais. Para fechar as contas, ele recorre ao aumento da arrecadação, justificando essas elevações tributárias como “justiça fiscal”, ou seja, cobrando impostos dos ricos.

Mas, caro leitor, esse tributo quase sempre é repassado para o bolso dos mais pobres. É importante lembrar que existe a elisão fiscal — ou seja, os mais ricos utilizam mecanismos legais para escapar dessas novas cobranças.

Quem sente o peso dessa arrecadação são, em sua maioria, a classe média e os mais vulneráveis, que veem seu poder de compra se reduzir.

Desde a criação do real, em 1994, a moeda perdeu cerca de 87% do seu poder de compra — uma nota de R$ 100,00 hoje equivale a apenas R$ 13,00 daquela época. Isso é consequência de uma inflação acumulada de 686% no período, enquanto o salário mínimo evoluiu em mais de 2000%.

Porém, ao ir ao supermercado ou ao posto de gasolina, você percebe que a sua cesta de consumo encolhe a cada ida.

Por quê?

Além da carga tributária e da inflação, vivemos em um país que funciona como um verdadeiro paraíso para os rentistas. Enquanto o trabalhador perde poder de compra, quem vive de renda financeira mantém seus ganhos e lucros.

Em 2024, o PIB brasileiro cresceu 3,4%, segundo o IBGE, mas para 2025 a previsão é de desaceleração, chegando a 2,5%.

Esse recuo tem relação direta com a elevação da carga tributária e a política monetária restritiva, com a taxa Selic atualmente em 15%.

Para efeito de comparação: mesmo em meio a conflitos, os Estados Unidos mantêm a taxa entre 4,25% e 4,50%, e a Zona do Euro está em 2,15%.

Aqui no Brasil, com juros tão elevados, ainda enfrentamos dificuldades para controlar a inflação e a saída de dólares.

Caro leitor, é urgente que o Estado reveja suas prioridades. O modelo atual penaliza a economia real e inviabiliza o crescimento sustentável.

Caso o governo não adote uma política fiscal sustentável, o cenário é claro: a economia brasileira continuará a desacelerar.

A saída está em reduzir gastos públicos, buscar convergência política para aprovar reformas estruturais e manter diálogo aberto com o mercado financeiro — que, embora não vote, define o risco-país, impactando diretamente o custo da dívida e, consequentemente, as taxas de juros.