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A COP30, sediada em Belém (PA), já começou. Segundo informações da presidência do evento, delegações de 194 países, além da União Europeia (UE), se inscreveram para participar.
Mais do que um encontro de líderes e autoridades, a conferência representa um marco para o debate sobre o futuro econômico do planeta. Afinal, o grande desafio é conciliar crescimento econômico e preservação ambiental.

Entre os principais temas em pauta estão:

• Transição Justa e Energética
• Bioeconomia e Preservação Florestal
• Mercado de Carbono
• Adaptação aos Impactos Climáticos
• Engajamento do Setor Privado – a COP30 reforça a necessidade de envolver empresas e ministérios da Fazenda na arquitetura financeira global, capaz de impulsionar investimentos sustentáveis e fomentar a economia verde.

O papel estratégico do Brasil na matriz energética

Uma pauta importante que merece destaque é o destino das baterias dos veículos elétricos, tema que tende a ganhar relevância à medida que cresce o incentivo global à eletrificação da frota.
O desafio ambiental associado ao descarte e reciclagem dessas baterias exige soluções complexas e de alto custo — o que reabre espaço para o Brasil reafirmar sua vantagem comparativa no campo dos biocombustíveis, em especial o etanol.
Diferentemente dos modais baseados em baterias, o álcool brasileiro é menos poluente desde a produção, apresenta menor custo por quilômetro rodado e se apoia em uma cadeia produtiva já consolidada e de baixo impacto ambiental.
Ao apresentar essa experiência bem-sucedida, o Brasil pode mostrar ao mundo que a transição energética não precisa seguir um único caminho, e que o etanol, aliado à eletrificação parcial (como nos veículos híbridos flex), representa uma rota tropical, eficiente e economicamente viável rumo à descarbonização.

O eixo financeiro da COP30

O eixo central da conferência será o Financiamento Climático. A meta é mobilizar recursos robustos de países desenvolvidos para os em desenvolvimento, buscando atingir US$ 300 bilhões por ano até 2035. Essa discussão envolve tanto o setor público quanto o privado, reconhecendo que o enfrentamento das mudanças climáticas passa inevitavelmente por uma redefinição dos fluxos financeiros globais.
A COP30, portanto, não é apenas uma conferência ambiental — é um encontro econômico de escala planetária, que coloca o Brasil, e especialmente a Amazônia, no centro das soluções para o desenvolvimento sustentável.

Oportunidade para o Brasil liderar a agenda verde

Este será um momento estratégico para o Brasil consolidar e aprimorar propostas econômicas já existentes, transformando-as em políticas estruturantes de longo prazo.
1. Reforma Tributária Verde
• Introduzir incentivos fiscais para empresas que reduzam emissões, inovem em tecnologias limpas ou promovam a recuperação florestal.
• Simultaneamente, tributar atividades altamente poluentes (como o uso intensivo de combustíveis fósseis) para realinhar preços relativos de forma sustentável e sinalizar economicamente o custo ambiental das emissões.

2. Política de Desenvolvimento Regional Sustentável para a Amazônia
• Inspirada em zonas de desenvolvimento econômico, como a Zona Franca de Manaus, mas com foco em cadeias produtivas da bioeconomia, pesquisa em biotecnologia e agroflorestas de alto valor agregado.
• A COP30 pode ser o marco político e simbólico para consolidar um plano econômico amazônico, transformando o bioma em um laboratório de inovação verde e desenvolvimento inclusivo.
• Esses projetos poderiam ser adotados e ampliados por blocos como a União Europeia e o BRICS, criando sinergias internacionais e novos canais de financiamento climático.

Conclusão

A transição para uma economia verde não é apenas uma agenda ambiental, mas uma estratégia de crescimento para o século XXI.
A COP30 oferece ao Brasil a chance de assumir protagonismo econômico global, demonstrando que sustentabilidade e prosperidade podem caminhar lado a lado — e que a Amazônia e o etanol brasileiro podem ser os motores de uma nova economia nacional, mais limpa, competitiva e inclusiva.