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Nos últimos tempos, tem ficado evidente que não apenas o universo empresarial, mas também o clima do nosso planeta, está passando por mudanças drásticas. Até a década de 80 do século XX, São Paulo era carinhosamente chamada de “terra da garoa”. Atualmente, essa denominação se altera para “terra da estufa”. Esse fenômeno é um reflexo das alterações climáticas que se manifestam não apenas no Brasil, mas em várias partes do globo.

Alguns especialistas em climatologia defendem que a Terra atravessa ciclos naturais de transformação, incluindo fases de intenso frio. Contudo, a visão predominante alega que esses processos estão sendo acentuados pela poluição, o que resulta no efeito estufa. As previsões indicam que a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera teve um aumento significativo desde a Revolução Industrial, o que tem contribuído para o aquecimento global.

Independentemente da área científica em questão, todos nós estamos sendo impactados pela crise climática. Além das chuvas torrenciais, do derretimento das calotas polares e das tempestades, esse desafio traz impactos financeiros que não podem ser desconsiderados.

Um exemplo claro são as preparações da indústria da moda, que se organiza durante o ano para lançar suas coleções de inverno. No entanto, os invernos estão se tornando cada vez mais amenos, com as temperaturas médias globais crescendo a cada ano, especialmente desde a década de 90 do século passado. Essa situação torna o planejamento e a rentabilidade deste setor mais complexos, que em 2023 movimentou cerca de US$ 1 trilhão.

Além disso, fenômenos climáticos como o El Niño causam chuvas intensas na Região Sul e secas severas no Norte e Nordeste do Brasil. O El Niño de 2015-2016, por exemplo, resultou em perdas financeiras bilionárias na agricultura global.

As alterações climáticas também têm um impacto direto em diversos outros setores.

1. Agronegócio: As mudanças nos padrões de chuva e temperatura têm um impacto direto na agricultura, que depende de um clima estável para seu desenvolvimento.

2. Infraestrutura: Fenômenos climáticos extremos, como enchentes e tempestades, afetam as infraestruturas, tanto urbanas quanto rurais, resultando em altos custos para reparação e adaptação.

3. Mercados financeiros: A instabilidade provocada pelas variações climáticas pode causar uma maior oscilação nos mercados financeiros, especialmente em áreas intimamente ligadas ao clima, como os setores de seguros, energia e recursos naturais.

4. Desigualdade: As populações mais fragilizadas são geralmente as mais prejudicadas pelas alterações climáticas, o que agrava as disparidades econômicas e sociais. No Brasil, cerca de 6,7 milhões de indivíduos residem em regiões suscetíveis a riscos climáticos, onde a probabilidade de desastres naturais é alta.

As mudanças climáticas transcendem o âmbito ambiental, estando intimamente ligadas à economia global e impactando todos os setores, desde a agricultura até as finanças. Além das perdas econômicas diretas, a desigualdade social se intensifica, expondo comunidades inteiras a uma maior vulnerabilidade e perpetuando um ciclo de pobreza e instabilidade.

Investir em tecnologias sustentáveis, adotar políticas públicas eficazes e promover práticas empresariais responsáveis não representa apenas uma questão de sobrevivência, mas sim uma chance de criar um futuro mais robusto e próspero para todos. É nossa responsabilidade agir, antes que os custos se tornem insuportáveis para a economia e para o nosso planeta.

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