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Estudos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), indicam que o salário mínimo ideal para cobrir as necessidades básicas de uma pessoa deveria ser de R$ 6.723,41. No entanto, o valor atual é de apenas R$ 1.412,00, ou seja, 376% abaixo do necessário.

Segundo um ranking da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Brasil ocupa a 51ª posição entre 105 países em termos de Paridade do Poder de Compra (PPC), um método que compara o poder de compra entre nações. Em contraste, a Turquia ( 20ª posição no ranking das maiores economias do mundo), ocupa a segunda posição, enquanto a Suíça está em primeiro lugar.

Essa discrepância não é apenas uma questão política; ela está intrinsecamente ligada à estrutura financeira do governo. Embora o governo afirme que os pobres merecem uma vida melhor, não pode aumentar significativamente o salário mínimo sem comprometer suas finanças. Isso ocorre porque aposentadorias e pensões, muitas vezes hereditárias, estão vinculadas ao salário mínimo. Aumentar o salário mínimo de forma substancial poderia levar à quebra das finanças públicas.

Desde a implantação do Plano Real em 1º de julho de 1994, a moeda brasileira sofreu uma desvalorização de 86,72%. Isso significa que hoje uma nota de R$ 100,00 tem um poder de compra equivalente a apenas R$ 13,28, o que obriga os brasileiros a precisarem de mais dinheiro para comprar a mesma cesta de produtos.

Além da desvalorização da moeda, os trabalhadores enfrentam outra dificuldade: a armadilha da indexação dos benefícios sociais ao salário mínimo. O governo paga aposentadorias, pensões e outros benefícios, todos vinculadas ao salário mínimo. Se o governo aumentar o salário mínimo significativamente, isso poderá levar a uma crise fiscal.

De acordo com o Censo 2022, a idade mediana da população brasileira é de 35 anos. A idade média do brasileiro passou de 29 anos em 2010 para 35 anos em 2022, refletindo o envelhecimento da população. Na década de 1970, a expectativa de vida era de 57 anos, mas hoje é de 75 anos, um crescimento de 31%.

Este aumento na expectativa de vida é positivo, mas também contribui para um déficit na previdência social.

Soluções Propostas

Uma possível solução seria desvincular os benefícios sociais do salário mínimo. Embora esta proposta seja desafiadora e pareça uma batalha difícil de vencer, poderia aliviar a situação da população economicamente ativa. No entanto, essa abordagem levanta questões complexas sobre a sustentabilidade e a equidade do sistema.

Outra alternativa, que não resolve totalmente o problema, mas pode oferecer algum alívio, seria incentivar a sociedade a considerar a paternidade em vez de focar apenas em animais de estimação. Esta sugestão, apesar de controversa, reflete a necessidade de pensar em soluções criativas para desafios complexos.

Conclusão

A questão do salário mínimo no Brasil é multifacetada, envolvendo desafios econômicos, sociais e políticos. A desvalorização da moeda, o envelhecimento populacional e a vinculação de benefícios ao salário mínimo criam um cenário difícil para aumentos significativos no valor do salário mínimo. Soluções como a desvinculação dos benefícios e o incentivo à paternidade são controversas e complexas, mas refletem a necessidade de abordar o problema de maneira holística e criativa.