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No último dia 4 de janeiro, o Economista Pedro Afonso Gomes foi eleito Presidente do Conselho Regional de Economia de São Paulo (CORECON-SP).

Em entrevista ao nosso setor de Comunicação, Pedro faz uma avaliação sobre a gestão anterior, contando tudo que foi realizado; cita os desafios atuais dos Economistas e faz um panorama sobre a situação econômica do nosso país.

O novo presidente do Conselho fala também sobre a importância do registro e os benefícios do Corecon-SP, órgão que representa a classe dos Economistas e que esse ano está comemorando 70 anos.

Pedro relembra essa história de sete décadas, contando como tudo começou.

Leia a Entrevista:

Quais são as principais metas da nova gestão do Corecon-SP para este ano?

O Corecon-SP tem, por força de Lei, três funções básicas: 1) Registrar e habilitar como Economistas Profissionais os Bacharéis em Ciências Econômicas que atuam em nosso Estado; 2) Fiscalizar o exercício profissional, do ponto de vista ético e técnico, visando à proteção da sociedade; e 3) Zelar pela qualidade do trabalho desenvolvido pelos Economistas e promover a melhor e maior inserção deles no mercado de trabalho. Uma vez reorganizado o Conselho, além de tudo o que fizemos em termos de valorização profissional no ano passado, buscaremos aumentar o número de Economistas inscritos, renovando o quadro hoje existente; incrementaremos as formas de combate ao exercício ilegal da profissão; e contribuiremos mais profundamente com a atualização e a complementação de conhecimentos, que já são significativos, de todos os registrados.

⦁ Pedro, como você avalia a sua gestão anterior e o que podemos esperar dessa nova fase?

Realizamos muito. Reorganizamos administrativamente a casa, promovendo sinergia entre os departamentos, provando um Plano de Cargos e Salários, que a lei exige e havia sido revogado há 10 anos, dando melhores condições a todos. Mantendo os Delegados, fechamos os escritórios das 11 Delegacias Regionais, que custavam quase R$ 1,3 milhão por ano sem retorno em favor da categoria. Realizamos o Congresso Paulista de Economia, com mais de 1.500 participantes. Atuamos no âmbito de valorização da profissão também através das 10 Comissões e dos 6 Fóruns de Discussão temática. Retomamos o relacionamento institucional com órgãos do Estado e representantes dos agentes econômicos e das universidades. Organizamos o Portal de Transparência, em que o público em geral encontra toda a documentação sobre as ações do Conselho. Criamos o Catálogo de Economistas, que se constitui num referencial de consulta para os tomadores de serviços dos economistas. E muito mais, que será divulgado com mais detalhes nos próximos dias.

Como o senhor avalia a atual gestão política do país?

A economia baseia-se na confiança e no diálogo entre os seus atores, sejam nacionais, sejam internacionais. Confio que, agora, retomamos isso.

⦁ De que forma o Corecon-SP pode colaborar para as ações da nova gestão política brasileira? E de que forma os economistas podem participar mais das tomadas de decisões do Governo Federal e do Governo Estadual?

O Corecon-SP não está atrelado à serviço de qualquer governo, partido ou ideologia, mas não se recusa a contribuir com os bons projetos que tragam para a população em geral mais riqueza e renda, com distribuição desta, tendo em vista a necessidade de solução do principal problema atual do país, que é o aumento da desigualdade social. Uma desigualdade que é fonte de conflitos que a Economia pode ajudar a evitar. Dizem que os Economistas são especialistas em números, mas não: somos especialistas em gente, em quem trabalha, produz, comercializa, presta serviços, planta, colhe, oferece tecnologia, financia.

⦁ Existem representantes do Corecon-SP dentro dos novos governos, nos âmbitos federal e estadual? Ou do Sistema Cofecon/Corecons?

Entre os Economistas registrados no Corecon-SP, sim, há muitos. Dentro de poucos dias vamos divulgar uma matéria a respeito.

⦁ Quais serão os principais desafios atuais dos Economistas ou que enfrentarão ao longo de 2023?

No final de 2022, apresentei no nosso programa “Palavra do Presidente”, alguns desafios e crises que a humanidade vem enfrentando no século XXI, e os Economistas têm muito a contribuir para superá-los: crise Social, crise política, crise bélica, crise sanitária, crise migratória, crise no mundo do trabalho, crise tecnológica, crise de conhecimento, crise econômica no mundo e no Brasil. Veja aqui – https://www.youtube.com/playlist?list=PLxg31cZMTIXHWbbid-2xiEGo2qGFYG-vD

⦁ Existem benefícios do Corecon-SP já programados para os economistas esse ano?

Além da defesa da profissão, o Corecon-SP mantém alguns excelentes convênios de desconto para os Economistas e seus dependentes. Convênios estes que se somam aos mais de 400 que o Sindecon-SP oferece, tanto para os seus associados quanto seus familiares até o segundo grau de parentesco (pais, avós, filhos, netos, irmãos e cônjuge). Entendemos que, se por vezes a renda se reduz, o melhor é também reduzir despesas, o que é bastante possível pela fruição desses convênios.

Esse ano o Corecon -SP está completando 70 anos de existência. Qual seu principal sentimento, seja positivo e de evolução, quando de melhorias, ao pensar nessa data?

É altamente positiva a história do Corecon-SP e não apenas a dele, também a do Sindecon-SP e da Oeb – Ordem dos Economistas do Brasil, que lhe deram origem. Além disso, é preciso refletir sobre o fato óbvio de que, se existe a profissão de Economista, portanto o Cofecon e os Corecons e Sindecons, ela é devida aos estudantes pioneiros e seus seguidores imediatos. Quando os primeiros cursos de graduação em Economia – em SP na FECAP e no RJ na atual UERJ – iniciaram as suas atividades, no início de 1932, o Brasil vivia um período de instabilidade política, incertezas na área econômica, dado o choque entre classes sociais e protagonistas na economia que então alteraram-se, passando do domínio agrícola para o industrial, comercial e financeiro. Mesmo assim, 34 jovens perseveraram até o final do curso, em dezembro de 1934, intuíram que deveriam permanecer unidos e então criaram o atual Sindicato dos Economistas no Estado de São Paulo, em 11/01/1935. Em luta que demorou mais de 16 anos, com muitos obstáculos, esses pioneiros e outros que a eles se somaram conseguiram regulamentar a profissão, criando-se o Cofecon e os Conselhos Regionai de Economia, entre os quais o Corecon-SP. Entrementes, esses colegas pioneiros participaram das principais conquistas do povo brasileiro, como, por exemplo, a instituição do salário mínimo, da jornada de trabalho máxima, dos institutos de previdência, da instalação da indústria siderúrgica no Brasil, da campanha “O Petróleo é nosso”, etc. Então, nos 70 anos do nosso Conselho, os pontos negativos são muito pequenos e insignificantes, frente ao tanto de bom que se fez.

⦁ Há pouco enfrentamos uma pandemia de Covid 19. Como isso impactou na economia do país, mais especificamente na rotina, no trabalho dos nossos Economistas? Apesar do problema grave, surgiram novas oportunidades já que o senhor costuma comentar que “existe oportunidade na crise”.

Sem dúvida. O trabalho não acabou, nas últimas décadas, e, mais especialmente, na pandemia. Apenas transformou-se, graças à tecnologia. Hoje, é possível até morar o tempo todo em um navio, circulando pelo mundo, e prestar serviços como Economista. Recomendo que os colegas assistam às dezenas de lives que realizamos, desde 2020, quase todas elas abordando as consequências da Covid.

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