Segundo a pesquisa mensal de serviços, publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de serviços prestados no Brasil teve uma queda de -0,3% em setembro de 2023, se comparado com agosto de 2023.
O mês anterior (julho) já havia registrado uma queda de 1,3%. Essa desaceleração natural da atividade econômica tem maior impacto na política monetária contracionista.
A redução no ritmo foi afetada por dois principais motores que impulsionam o setor, principalmente após o choque inicial da pandemia, sendo os setores de “Transporte de Cargas” e “Tecnologia da Informação”.
O setor de Tecnologia da Informação cresceu no período da pandemia por haver intensos investimentos de empresas nesse segmento. Após uma espécie de adequação das companhias às necessidades de digitalização, a demanda por esse setor de serviços se estabilizou em um patamar ainda elevado, porém inferior ao ápice da série histórica.
O setor de serviços é muito heterogêneo e diversificado, envolvendo tanto serviços prestados às famílias quanto a empresas, presenciais e remotos. As menores receitas são da gestão de portos terminais, transporte rodoviário coletivo de passageiros e de serviços financeiros auxiliares, investigadas nos dois setores mencionados, coincidem comas pressões negativas verificadas em São Paulo, que acabou tendo papel determinando para que o incide nacional tivesse recuado.
Confira o desempenho de cada grupo em setembro de 2023, se comparado ao mês anterior:
• Serviços prestados às famílias: alta de 3,0%;
• Serviços de informação e comunicação: alta de -0,7%;
• Serviços profissionais, administrativos e complementares: alta de -1,1%;
• Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio: alta de -0,2
• outros serviços: alta de 0,8%;
Alguns fatores explicam e preveem o início do segundo semestre mais fraco. O aumento do preço das passagens aéreas, por exemplo, afeta a receita das empresas de transporte aéreo, o que também reduz a demanda de serviços de tecnologia após crescimento expressivos, desde o início da pandemia da Covid-19.
No mês de setembro, houve um menor dinamismo do transporte aéreo de passageiro por causa do aumento das passagens. Resultado esse que impactou o aumento dos preços de passagem aérea no mês de outubro.
O setor que obteve menos dinamismo foi o agrícola, o que influencia diretamente o setor de serviços, como transporte e aluguel de maquinário. O transporte rodoviário de cargas, um dos grandes motores do setor de serviços também desacelerou no pós-pandemia. Podemos esperar recordes no setor agrícola para os próximos meses, porque a colheita de soja e milho se concentram nesse período.
No estado de São Paulo, festivais de música realizados no mês de setembro influenciou o setor de serviços. Principalmente, os serviços prestados às famílias. Como o faturamento foi elevado, tem mais impacto nesse resultado de setembro.
Carlos Eduardo Oliveira Júnior
Assessoria Econômica
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