Inflação de Serviços tem forte elevação em Novembro
Em Novembro de 2024, a inflação de serviços registrou uma variação de 0,83%, apresentando uma forte elevação. No mês de novembro a inflação geral ocorreu uma elevação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 0,39%, com uma taxa acumulada de 4,87% nos últimos 12 meses. Superando o teto da meta do Banco Central, fixado em 4,5%.
Essa alta foi impulsionada por itens ligados ao turismo, com destaque para passagens aéreas, que registraram um aumento de 22,65% no mês, após uma queda de 11,50% em outubro. O preço de pacotes turísticos também subiu, registrando alta de 4,12%, e a hospedagem avançou de uma ligeira retração para uma alta de 2,20%.
A alta de serviços em novembro foi mais puxada pelos serviços ligados a turismo. Novembro é um mês de muitos feriados e está próximo do fim do ano. O feriado prolongado por causa do G20 no Rio também pode ter contribuído para o aumento das passagens e serviços turísticos.
Principais Fatores que Impactaram o Setor de Serviços
1. Alta no Grupo de Despesas Pessoais: O aumento de 1,55% no grupo de alimentação e bebidas e 1% em despesas pessoais impulsionou a inflação de serviços. Gastos com serviços como cuidados pessoais, refeições fora do lar e lazer pesaram no orçamento das famílias, reduzindo a capacidade de consumo em outros setores.
2. Mercado de Trabalho Aquecido: O crescimento da massa salarial ampliada, aliado à maior demanda por serviços, contribuiu para manter os preços elevados no setor de serviços. Isso também reflete a dificuldade de desaceleração da inflação nos segmentos mais dependentes da mão de obra.
3. Resistência à Queda na Inflação Geral: Apesar da redução do IPCA de 0,56% para 0,39%, os serviços continuaram pressionados, indicando inércia inflacionária. Essa dinâmica dificulta a redução das expectativas de inflação de médio prazo.
4. Impacto na Política Monetária: A persistência inflacionária no setor de serviços reduz a margem para cortes na taxa Selic, afetando o custo do crédito e o investimento privado.
A persistência da inflação acima da meta sinaliza possíveis medidas restritivas adicionais pelo Banco Central, o que pode impactar setores como construção e consumo. No entanto, a desaceleração mensal aponta para um efeito positivo de controle inflacionário, ainda que desafios como o custo de alimentos e energia permaneçam em destaque.
O IPCA de novembro, vem com um qualitativo de inflação pior do que o esperado com destaque para a surpresa altista em serviços subjacentes (alimentação fora do domicílio e estética) compensada por surpresas baixistas em itens que não fazem parte do núcleo de inflação (alimentação no domicílio e administrados). Para frente, esperamos que o componente de serviços siga pressionado, refletindo o mercado de trabalho apertado.
Esses resultados mostram uma aceleração em relação ao mês anterior, refletindo a maior demanda sazonal e os reajustes típicos no final do ano. Além disso, a elevação nos preços livres, como alimentos e serviços, colaborou para a manutenção de um IPCA elevado (0,39%) no mês, ainda que tenha havido uma desaceleração no índice geral comparado a outubro.
Esses movimentos têm implicações diretas para o poder de compra das famílias e sinalizam desafios adicionais para o controle da inflação, exigindo atenção especial por parte da política monetária no início de 2025.
Carlos Eduardo Oliveira Jr.
Assessoria Econômica
Informações: secretaria@cnservicos.org.br