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A inflação é a rapidez com que os preços sobem, e isso acaba resultando na redução do poder de compra da moeda por parte do consumidor. A inflação é quantificada por meio de índices de preços, sendo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) o principal indicador utilizado no contexto das metas de inflação no país.

Breve retrospecto

Até 1994, o Brasil enfrentava índices inflacionários na casa dos 40% ao mês. Para solucionar esse problema, a econômica liderada por Fernando Henrique Cardoso, e composta por Edmar Bacha e Pedro Malan entre outros concebeu o Plano Real.

Embora o Real tenha inicialmente estabilizado a situação inflacionária, em um segundo momento, o poder de compra dos brasileiros diminuiu gradualmente. Por um lado, o governo conseguiu controlar a inflação, teoricamente evitando um rápido aumento nos preços.

Do outro lado, o poder de compra do consumidor foi gradativamente reduzido com a passagem dos anos.

Devido a várias circunstâncias, o Brasil necessitava assegurar dólares para honrar os pagamentos de juros de sua dívida e viabilizar as importações. Por conseguinte, foi imprescindível aumentar as taxas de juros.

Além disso, vale ressaltar que o Brasil foi afetado por inúmeras crises econômicas, provenientes do México, dos Tigres Asiáticos e da Rússia, as quais impactaram os investimentos estrangeiros no país.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação medida pelo IPCA entre julho de 1994 e dezembro de 2023 atingiu a marca de 690,09%. Isso representa um aumento médio de 7,9 vezes nos preços dos produtos e serviços nesse período.

Conforme a ferramenta de cálculo de inflação do Banco Central (Bacen), em julho de 1994, o valor de uma nota de R$ 100,00 equivalia a R$ 12,66 em dezembro de 2023.

Essa comparação indica que a nota de R$ 100,00 perdeu 87,34% de seu poder aquisitivo ao longo desse intervalo de tempo.

Embora o Real tenha sido criado com o objetivo de promover estabilidade e controlar a inflação, a realidade observada ao longo dos anos tem sido bem diferente.

Causas

O tripé macroeconômico, estabelecido pela equipe governamental em 1999, foi progressivamente abandonado ao longo dos anos.

A manutenção da política fiscal sempre constituiu um desafio no Brasil, em decorrência da presença de governantes populistas.

Por exemplo, o governo Dilma abandonou o tripé macroeconômico e o substituiu pela Nova Matriz Econômica. Somente no governo Temer a política baseada no tripé foi retomada.

Essa falta de comprometimento com a responsabilidade fiscal resulta em uma perda de confiança no país, levando a taxas de juros mais altas, o que influencia na variação de preços.

Além disso, somando-se ao populismo de nossos líderes, que gastam mais do que arrecadam, ao longo dessas três décadas de existência do Real, o mundo enfrentou diversas crises que contribuíram para as desvalorizações cada vez maiores da nossa moeda.