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Inflação de Serviços desacelera em Setembro

Em Setembro de 2024, a inflação de serviços registrou uma variação de 0,15%, apresentando uma pequena elevação. No mês de agosto a inflação geral ocorreu uma forte elevação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 0,44%, com uma taxa acumulada de 4,42% nos últimos 12 meses.

Em setembro de 2024, a inflação de serviços no Brasil apresentou uma desaceleração, caindo de 5,18% em agosto para 4,82%. Esta foi a menor taxa desde junho, indicando um alívio nas pressões inflacionárias do setor, embora o índice geral do IPCA tenha subido devido a outros fatores, como o aumento nos preços da energia elétrica. Esse movimento reflete uma tendência de moderação na inflação de serviços, após um período de alta sustentada em trimestres anteriores, contribuindo para manter as projeções de inflação próximas da meta estabelecida para o ano.

A desaceleração dos serviços é um aspecto positivo, pois este setor tende a ter um impacto significativo sobre a inflação de longo prazo, devido à sua ligação com o mercado de trabalho e os custos associados à prestação de serviços. No entanto, com os riscos de choques de preços em setores voláteis, como energia, ainda presentes, é necessário cautela nas projeções futuras para garantir a estabilidade do índice inflacionário geral.

A principal contribuição para essa desaceleração veio do subitem de cinema, teatro e concertos, que teve uma forte redução de 8,75%. Os pesquisadores do IBGE atribuem essa queda, principalmente, à semana de promoções para os clientes de cinemas, que pagaram menos pela entrada. Outros itens, como seguro voluntário de veículo (-2,42%), pintura de veículo (-0,96%), serviço de higiene para animais (-0,66%) e pacotes turísticos (-0,34%), também recuaram e contribuíram para a desaceleração.

Pressões Inflacionárias de curto prazo, durante esse período, as projeções indicam que fatores sazonais, como o aumento dos preços de energia elétrica e serviços públicos, poderão afetar a inflação de serviços de forma momentânea.

Embora a inflação de serviços tenha sido moderada nos anos anteriores, esses itens são historicamente voláteis, o que exige atenção contínua do governo. Com a recuperação da economia, é esperado que a demanda por serviços, como saúde e educação, se intensifique, elevando preços em setores onde há menor elasticidade de oferta. A atividade econômica, projetada para se fortalecer até 2026, pode gerar uma pressão inflacionária em serviços de mão de obra intensiva, onde o repasse de custos é comum.

Um dos maiores desafios será a política de juros. Com a previsão de inflação relativamente estável, o Banco Central poderá manter uma política monetária mais flexível, mas há riscos associados a esse afrouxamento, dado que uma elevação inesperada na demanda ou custos pode desequilibrar a estabilidade de preços.

A perspectiva para os próximos meses é que a inflação de serviços será moderada, mas permanece vulnerável a fatores externos e domésticos que afetam tanto a oferta quanto a demanda. Uma gestão prudente da política econômica será essencial para manter esse equilíbrio.

Se o governo mantiver um controle fiscal rigoroso e a política monetária for suficientemente restritiva, a inflação de serviços pode ser contida, mesmo diante de uma economia em recuperação.

Portanto, o de 2026 será equilibrar o crescimento econômico com medidas que evitem uma alta generalizada nos preços de serviços, especialmente considerando a volatilidade de alguns itens-chave.

Carlos Eduardo Oliveira Jr.
Assessoria Econômica
Informações: secretaria@cnservicos.org.br